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O oftalmologista tirou os óculos estranhos à mulher e disse que para estar tão bem por fora ela tinha de sofrer alguma coisinha por dentro. Com quarenta e seis anos, ela corou, como sempre corava com estas coisas, o inconsciente a berrar 'não olhem para mim se não eu morro'. Delicadamente sorriu e fez questão de fugir o mais depressa possível com a receita bem segura na mão. Duas horas depois estava na sua loja de óculos preferida. Não queria perder mais tempo a desperdiçar a sua visão.
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