Calções e chinelo no pé. A toalha de praia. T-shirts em barda para alternar, incluindo aquela que já tem buracos de traça pequeninos mas de que se gosta tanto porque cheira a Verão. Os bikinis de todos os anos, de mil e um padrões que lembram momentos felizes e prontos a registar uns quantos mais. Umas quantas pulseiras e colares para ficar bonito, um chapéu.
É apenas esta a bagagem que levo nos meses mais quentes do ano. A minha sem-bagagem que significa por uns quantos dias deitar fora o supérfluo, rejeitar o anti-natural, despir as capas da cidade. Ninguém me obriga a mais. Dispenso arranjos complicados, pinturas na cara a não ser as que o sol brinda e pinta. Bastam-me os cabelos brilhantes e a pele bem cuidada. O Verão quer-se assim. Ou pelo menos eu, rendo-lhe homenagem desta forma. Da mesma maneira que desejo estar com a família, abrindo apenas a excepção a alguns amigos (os outros que me desculpem mas é mesmo assim). Quero gozar a paz da praia às melhores horas, assistir-nos a escorregar e derreter nos sofás ao final do dia, mesmo antes do jantar, o perfume dos banhos e dos cremes pairando nos quartos e corredores, a roupa a cheirar a limpo, os cabelos lavados, as caras felizes. Não quero saídas nocturnas, bares e discotecas, não quero gente que não me diz nada ou que me diga muito pouco. Anti-social? Talvez. Eu chamo-lhe regressar à base. Das coisas simples. As verdadeiramente boas da vida.
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