O meu marido adora explorar. Ao pequeno almoço agarrou-se ao google maps e procurou a praia. Um pouco depois, sorria; tinha encontrado. Carregámos o carro com as toalhas, os brinquedos do bebé, as sanduíches, o fuet bem cortado, os ovos cozidos, o melão em pedacinhos numa cama de gelo para manter tudo bem fresco, e rumámos em direcção aos catorze quilómetros que nos faltavam. Desempenhando o meu papel de co-piloto, peguei no iPhone e fui dando indicações. A pouca distância daquilo que seria a praia desejada entrámos por um caminho de areia e contra todos os maus presságios, resolvemos avançar. Os miúdos brincavam no banco de trás mas na frente íamos silenciosos, não fosse algo atentar contra a atenção do condutor e a eventualidade de ficarmos enterrados na areia tornar-se realidade. Quando a pequena estrada acabou, o meu marido suspirou de alívio e parou por momentos o carro para recuperar do pequeno susto.
Mais à frente, a Praia do Malhão dava-nos as boas-vindas. Avançámos um pouco mais porque a praia perfeita do dia era ali mas mais adiante, queríamos uma praia pequenina, abrigada, longe do comum. Carregados, descemos pela ravina, os rapazes com destreza como se fossem habitantes das falésias, eu a medo. Já salva, na areia fofa e húmida, rezinguei. Mas depois olhei em volta e pedi desculpa: a praia valia todas as penas.
Ali permanecemos até meio da tarde, disfrutando do mar, da concha de rocha protectora em volta, das brincadeiras, dos passeios...
No regresso, suei por todos os poros a subida. Tenho vertigens daquelas que dão enjôos, que fazem suar as mãos e bater o coração como se fosse cavalo desembestado. Procurei não dizer nada mas a minha família conhece-me: o meu filho mais velho veio prontamente em ajuda, o meu marido disse 'anda menina' e, ao chegar ao cimo (por último, claro está) o bebé fez-me uma festa na cara com a sua mão pequenina e disse 'coitadinha da mãe, tem medo.'
Dia de praia lindo. Que mais se pode pedir? Apenas que volte, que volte sempre.
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