A esta hora, o meu pequeno príncipe ainda dorme. No repouso da sesta tardia, segura os seu bonecos-de-sono com um dos braços, com o outro abraça os carrinhos que hoje pediu que lhe fizessem companhia. A pele brilha dos beijos do sol da manhã, os cabelos estão revoltos pelo vento incansável do Alentejo, nos pés restam ainda uns poucos grãos de areia aninhados.
A casa está em quase silêncio, apenas entrecortado pelo meu teclar e pelos comentários do meu marido e filho mais velho que, baixinho, respeitando o sono do mais novo, jogam um jogo de guerra na mesa da sala de jantar.
Cheiro os meus braços e o odor fresco do creme inunda-me as narinas. Podia dormir agora. Mas não me apetece. Gosto de sobrevoar a família de forma imaginária, acariciar todos com o meu olhar, sentindo-me distante e simultaneamente tão perto. São as sestas de cada ano, sentidas no Verão e apenas nas férias com esta plenitude.
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