Quando eu tinha a idade do meu filho mais velho, o Verão eram três meses de férias, oito horas diárias de praia, latas azuis de creme Nívea que as mães a custo espalhavam nas nossas caras e corpos, amigos, muitos amigos, um gelado ao final da tarde e... as melhores sanduíches do mundo a partir da hora do almoço. Não sei o que tinham, acredito mesmo que a minha mãe (com a casa sempre cheia a partir de Julho) não se daria ao trabalho de ser muito criativa nos recheios, mas a verdade é que eram as melhores sanduíches do mundo. Ou pelo menos sabiam como tal, da mesma forma que o gelado da tarde (Olá, com certeza) era o melhor fecho do dia. São memórias inesquecíveis que guardo e volto a guardar bem dobradinhas e com saquinhos anti-traça ao longo do Inverno, esperando que chegue o Verão. São momentos que desde que me conheço enquanto pessoa-com-vontade-de-ser-mãe quis passar aos meus filhos embora desconhecesse o como.
Ontem fiquei feliz e certa de estar a fazer um bom trabalho: na praia, os miúdos saborearam sanduíches e o resto do nosso piquenique como se estivessem a provar algo sublime. Revi-me neles, na cesta vazia ao regressar a casa, na sombra do guarda-sol com todos sentados em volta, mastigando, rindo e comentando. Por momentos voltei atrás... mas desta vez a cesta estava no meu colo, o papel de mãe era meu. Sorri por dentro; é este o ciclo da vida.
2 comentários:
caçula: estou pisando quase todos os dias, essa mesma areia, molhando os pés no mesmo mar, e aspirando o mesmo ar da nossa praia e do nosso mar.Hoje igual a há trinta anos.
que bom, paizinho!
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