quarta-feira, 31 de outubro de 2012

off


Entre a vegetação e a praia de Inverno, é onde me encontrarão até segunda-feira. Relax absoluto, a não ser para ler coisas bonitas escritas por outros.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

não há bela sem senão

Uma semana mais curta dá sempre algum foco e esperança num descanso merecido. Por outro lado, as dores do velho amigo moderno chamado stress acentuam-se. Hélas ou, em bom tuga, temos pena, dirão os Senhores lá de cima. Não há bela sem senão.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

21h, são luiz

Vai ser hoje à noite, no Teatro São Luiz. Uma peça de Strindberg, encenada pelo meu velho amigo Marco Martins. Façam o favor de ir ver, cada bilhete custa apenas dezassete euros.Quem se esforça por fazer algo pela Cultura deste país, merece. Nem que seja para persistir na coragem de realizar.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

declaração de amor a uma amiga

Tenho uma sócia que apenas o é de palavra e isso vale muito mais que papéis assinados. Tenho uma sócia que antes do trabalho, durante o trabalho e depois do trabalho é acima de tudo uma amiga, e isso é verdadeiramente invulgar.
Ontem, disse-me 'Caramba porque é que eu não te encontrei antes?'; eu respondi que Deus sabe o que faz, escolhendo os momentos certos.
Os amigos também se amam mesmo se de forma diferente daqueles que habitualmente chamamos de nossos amados. Mas eu tenho por certo que merecem saber do nosso apreço tanto quanto os outros. E se há coisa de que nunca tive vergonha foi de o declarar. 
É bom saber que, a qualquer idade, podemos encontrar pessoas especiais e fazê-las parte da nossa vida. Um quentinho bom que dá conforto e muita esperança.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

life


Por esta semana, chega. Tenham um bom fim de semana.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

la mala educación

Detesto gente com faltas de atenção. Detesto gente que não valoriza o trabalho dos outros e lhes falta ao respeito. E, acima de tudo, detesto gente que não percebe uma boa vontade e a disponibilidade de outrem, mesmo se este não cobra nada por isso. Nestes tempos isso deveria ser mil vezes agradecido. É sinal de que ainda há gente que pensa que o trabalho apenas merece atenção quando cobrado com juros. La mala educación, diria a minha mãe. Eu chamo-lhe falta de noção e inteligência.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

era muito

Entre lágrimas, desespero e culpa, a mulher foi obrigada a fazer uma pausa e escutou o homem. Ele pegou-lhe na mão com doçura e então cresceu, amadureceu, tornou-se adulto e Pai. Por palavras e gestos deu-lhe tudo o que ela precisava. Esse tudo resumia-se a colo, atenção, responsabilidade e também a serenidade que, ela, havia perdido. Era muito. Quando ele acabou de usar a sua voz grave e bonita, fê-la aninhar-se nos seus braços. A mulher respirou fundo, fechou os olhos e viu-se transformada em chocolate quente dissolvendo-se de forma gentil na pele dele.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

por nada deste mundo

A mulher trouxe o filho pequenino para o escritório. De tempos a tempos, entre email e email, observava-o, vendo com prazer como sorria com pequenos filmes do Winnie the Pooh. No meio do stress, eram momentos de pausa e presença, que ela não trocaria por nada deste mundo.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

elástico virtual

Hoje não estica mais. 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

sentir a mais

Detesto pressentir a doença nos miúdos. Claro que é terrível quando se trata de qualquer membro da família, mas quando é com os miúdos, não há nada que me custe mais. Pode ser apenas uma gripe daquelas, um bichinho que picou ou outra coisa qualquer que no fundo não terá mais importância que uns dias de cama; não importa o quê, o facto de ter o condão de antecipar, de olhar para os olhos e perceber um brilho que desmaiou, uma temperatura nas mãos diferente, um encostar de cabeça fora do vulgar, dói como o ráio na pele da maternidade. Ser mãe tem esta parte de tramado. A gente-mãe intui, pressente e sente, a mais. Acreditem, elementos do género masculino, Deus Nosso Senhor, Buda ou a vossa mãezinha e paizinho ao fazerem-vos homens, de certa maneira, livraram-vos desta. Mas nunca ninguém disse que ser Mulher era fácil. Nem Deus.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

o sinal

Deu de si no fim de semana e disse que não aguentava mais. Obrigou-a a deitar-se e a deitar cá para fora semanas com dias na tensão superiores a vinte e quatro horas. Fê-la vergar e admitir que precisava de restabelecer melhor as forças e o equilíbrio. Ela cedeu porque não havia outro remédio. A semana recomeçou e a adrenalina ganhou um pouco de terreno. Mas ele não está para isso porque o seu único fito é preservá-la, à mulher, e por isso agora não deixa que a adrenalina vença como vence tantas vezes. Hoje à noite deu-lhe o sinal da ansiedade e da insónia, conseguindo que ela se agitasse e entrasse no segundo dia, exausta. 
O corpo, quando sabe que tem razão, não desiste. Assustada, a mulher, hoje, vai dar-lhe mais atenção.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

ao meu filho Tomás


'Só preciso de cinco minutos.'

A mulher fechou a porta do escritório, voltou a sentar-se na cadeira, estendeu as pernas sobre a secretária, fechou os olhos e procurou um momento daquele dia na memória. Dezasseis anos voltaram atrás. 

Close up de barriga enorme, seguido de plano mais aberto sobre pernas de mulher sobre um pouf. As pernas tremem em solavancos. Imagem gira sobre si própria. Mulher ri em gargalhadas que não se deixam ouvir. Imagem dissolve-se, anda mais rápido. Um Fiat Cinquecento desloca-se sem grande velocidade numa madrugada  que parece quente pela luminosidade das ruas. As imagens atropelam-se de novo. Numa enfermaria, mulher segura recém-nascido nos braços.

Abriu os olhos e sorriu. Era certo. Aquela criança tinha nascido depois de um ataque de riso. Talvez por isso fosse tão excepcional. Ou talvez o fosse pelo amor com que tinha sido concebida, pela gravidez serena, ou apenas... porque sim. 

'Empurrei-te com gargalhadas e tu devolves-me sorrisos todos os dias. Obrigada meu anjo de dezasseis anos.'

(repeti o texto do ano passado mas esta é a minha memória eterna do nascimento do meu filho Tomás, uma das minhas obras mais perfeitas)

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

a esta hora

A esta hora, há dezasseis anos, a minha barriga era descomunal, as pernas pesavam e no espírito pairava uma sensação estranha, de serenidade e felicidade quieta. Mas tudo aconteceu amanhã, um dos dias mais importantes da minha vida.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

em jeito de messi

Hoje joga o Benfica com o Barcelona e eu sinto-me como o Messi ou o Ronaldo a correr atrás de várias bolas ou, como diria o meu marido, a defender penalties por todos os lados. Daqui a nada soa o apito da família por isso desculpem mas não vou a mais jogo nenhum.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

ninguém me agarra

Hoje, esqueçam-me, a não ser que me queiram apanhar no carro ou no éter da net. Estarei em trânsito grande parte do dia e nem o telemóvel me safa porque está praticamente transformado num telefixo, de tão velhinho. Amanhã estarei de volta, deserta por um dia mais tranquilo. E a semana ainda agora começa...