quarta-feira, 10 de outubro de 2012

sentir a mais

Detesto pressentir a doença nos miúdos. Claro que é terrível quando se trata de qualquer membro da família, mas quando é com os miúdos, não há nada que me custe mais. Pode ser apenas uma gripe daquelas, um bichinho que picou ou outra coisa qualquer que no fundo não terá mais importância que uns dias de cama; não importa o quê, o facto de ter o condão de antecipar, de olhar para os olhos e perceber um brilho que desmaiou, uma temperatura nas mãos diferente, um encostar de cabeça fora do vulgar, dói como o ráio na pele da maternidade. Ser mãe tem esta parte de tramado. A gente-mãe intui, pressente e sente, a mais. Acreditem, elementos do género masculino, Deus Nosso Senhor, Buda ou a vossa mãezinha e paizinho ao fazerem-vos homens, de certa maneira, livraram-vos desta. Mas nunca ninguém disse que ser Mulher era fácil. Nem Deus.

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