sábado, 22 de dezembro de 2012

esperando pelo pai natal

Perdoem-me os amigos, os conhecidos, os desconhecidos e todos aqueles que passam por aqui e têm a generosidade de ler tudo aquilo que vejo, antevejo ou imagino. Perdoem-me mas até 2013 vou esperar noite e dia pelo Pai Natal e isso exige paciência, bom ouvido, dedicação e muita fantasia. 

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

a lição dos pinguins

A mulher soube de mais alguém bem próximo que iria ser obrigado a fechar a sua empresa pelas dificuldades dos tempos. Pensando no seu caso, a mulher agradeceu. Agradeceu tudo o que lhe cabia em sorte. Afinal, nas actuais circunstâncias, de nada valia o pânico por solidariedade. Pelo menos na sua forma de ver as coisas, o melhor mesmo era manter o foco, acreditar, e, usando a lição dos pinguins do Madagáscar, sorrir e acenar, sorrir e acenar de forma irónica, em jeito de careta infantil a esta crise filha da mãe que levava a energia de tanta gente.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

pedido de ano novo

Tenho saudades das Oficinas de Escrita da minha amiga Patrícia. 
Ela diz que não sabe por que razão eu vou; mas eu sei.  As Oficinas da Patrícia significam sair de coração cheio porque a cabeça e a imaginação ginasticaram as palavras, agarraram ideias adormecidas e empurraram-nas até saírem do casulo preguiçoso, rebentaram-lhes com as fraldas e obrigaram-nas a esticarem as pernas para caminhar com vida própria. Doideira? Talvez sim e tão boa. Anda lá Patrícia, faz-me o gosto, inventa mais uma Oficina em 2013.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

salvar a vida de um dia

A mulher leu o email e engasgou-se de riso. Leu um segundo e voltou a engasgar-se, as lágrimas de alegria escorrendo, as gargalhadas tão sonoras que foi necessário tapar a boca e abandonar a sala para não perturbar alguém que, ao telefone, tentava manter uma conversa séria (sem grande sucesso, claro, todo o mundo sabe que risada boa, contagia).
Há momentos que salvam a vida de um dia. E que se lixem as rugas.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

onde tens andado?

Depois do almoço a mulher pensou como era bom poder privar com pessoas que acreditavam. Acreditavam na vida, acreditavam no seu coração ao ponto de respeitar o que lhes dizia como norte do seu caminho, acreditavam nos seus sonhos ao ponto de os tornar realidade. Talvez isso lhes desse alguns dissabores mas a realidade era que, feitas as contas de uma existência, os ganhos eram mais que as perdas, a visão diária no espelho podia apresentar mais rugas mas era vertical, honesta, verdadeira. 
A mulher tinha almoçado com alguém assim. Ela sabia que a mesma semente morava dentro dela e sempre tinha sido aquela que fizera os momentos mais felizes da sua vida. Com um sorriso, pensou sobre si mesma 'onde tens andado?'. E então, acreditou ainda mais na sua forma tresloucada de ser optimista. A velha bolha de sempre, a anti-chatices e anti-merdas comezinhas, a das grandes viragens na sua vida,  suspirou de alívio e, devagarinho, com gentileza, começou a formar-se em torno dela.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

músicas da minha vida II



Não sei se é da época, da idade ou do eventual fim do mundo anunciado e explorado por tantos, mas esta semana deu-me para isto. Estou nostálgica daquela forma estranha: ter vontade de saborear um passado sem ter vontade de regressar a ele por saber que já não seria igual. Ladies & Gentlemen, mais um som que me lembra noites de verão, sentada ao lado de amigos a desejar que o tempo durasse mais que os segundos dos nossos relógios mas a chegar a casa de coração cheio, na certeza de que no dia seguinte haveria mais. Ladies & Gentlemen, king Bowie.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

uma das músicas da minha vida



Hoje lembrei-me deste senhor que fez das festas de garagem da minha adolescência acontecimentos inesquecíveis. Esta música é claramente uma das músicas da minha vida, uma daquelas que desperta a nostalgia-boa, aquela que nos torna felizes por dentro pelas gargalhadas que ficam marcadas na pele, pelos primeiros namoros, pelos slows dançados em abraços que gravaram a ferro sensações que não voltam a repetir-se. A minha adolescência foi infinitamente feliz. Esse é um valor que guardo e que nada nem ninguém nunca poderá retirar.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

in a frank&charles mood



Há semanas que começam verdadeiramente bem.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

incurável

Entre cabos, luzes, câmaras, filmagens de planos, a mulher trabalhava no computador, dando atenção a demasiados assuntos de cada vez, resolvendo imprevistos, recebendo e devolvendo alguma pressão. As horas de sono tinham sido poucas mas, apesar de tudo, no meio do bom ambiente e da mudança saudável de espaço, a mulher sentia-se bem. O prazer da quebra de rotina fazia parte do seu DNA. Mais do que um sintoma, era uma característica incurável.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

all work and no play

Gostaria de dizer que tenho andado por fora por causa do Natal. Gostaria de dizer que ando afastada destas linhas há alguns dias por estar a fazer nada. Não é assim. Ando virada do avesso, a contar minutos como se fossem os últimos da vida sendo que na verdade, não são. Ás vezes fica um amargo de boca do qual não gosto e que me retira energia. Como dizia a música: All work and no play, makes Johnny a dull boy. Hoje é assim que me sinto. E teria razões para festejar. Mas, a solo, não tem graça nenhuma.