terça-feira, 14 de outubro de 2008

Braços que falam

Abraço. Acto de envolver algo ou alguém nos braços. Muito mais que isso. Os abraços falam o que a boca não diz ou revelam o que as palavras escondem. Receber um abraço é sempre receber uma intenção. Não adianta escondê-la; o gesto vai destapá-la mesmo que quem o faça acredite que consegue ser actor. Os abraços vêm do peito, do centro, de dentro. São tudo menos frases feitas, certezas modernas ou sentimentos que ficam bem. Um abraço é Verdade. Eu não me permito a enganos quanto aos abraços. Não os desperdiço. Não os dou a quem não quero. Não os recebo daqueles que se escondem. Talvez por isso o meu mealheiro de abraços é sólido, está cheio, e é esbanjado sempre que existe a oportunidade de uma dádiva verdadeira.
Hoje tive dois, bem fortes, logo pela manhã. Eram honestidade absoluta sobre o amor e a entrega. Sem palavras, sem promessas ocas; com uma sinceridade plena que ficou gravada em cada centímetro de pele  de forma a perdurar para seja qual for a medida do sempre. Abraços assim valem a pena.

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