A senhora estava sentada diante da nova médica. A mulher, filha mais nova, estava ao lado, ouvindo atentamente a história, na atitude protectora que sempre caracterizara a sua relação com a mãe. Foi acrescentando pormenores, segurando o casaco, fazendo festas nas mãos lindas dela. A médica pediu licença para um telefonema urgente. A senhora e a filha ouviram o relato triste da doença de um avô em vésperas de partir. Quando o telefonema terminou, a médica emocionou-se, pediu desculpas, chorou. A mulher comoveu-se também, pegou na mão daquela e disse
Os médicos também são pessoas.
A médica voltou a emocionar-se, agradeceu.
Despediram-se as três com um abraço.
Despediram-se as três com um abraço.
No corredor, a senhora tomou o seu papel de mãe, a filha ainda secava as lágrimas. Entreolharam-se e disseram o quanto era bom existirem médicos de carne e osso.
4 comentários:
Antes do que quer que seja, somos sempre pessoas. Muitas vezes esqueçemos isso, do alto de coisa nenhuma...Rouco
É verdade meu amor.
E o teu vizinho soltou um suspiro bom, de reconciliação com o mundo, depois da leitura de mais esta história. Obrigado
É esse verdadeiramente o propósito. Que bom que às vezes consigo.
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