Trezentas gramas de farinha. Trinta de manteiga. Duas gemas de ovo. Cento e pico gramas de açúcar.
O miúdo mais velho colocou os ingredientes na máquina, o mais pequeno carregou no botão. A máquina entrou no seu frenesim habitual. Quando parou, a massa estava pronta. A mulher amassou-a com o rolo, entre pequenos roubos dos dois filhos com o mais velho a alertar o pequeno sobre as dores de barriga. Ela pegou em dois copos e todos transformaram a massa em pequenas formas redondas. O adolescente pincelou-as com a clara dos ovos. Os dois rapazes encheram de farinha dois tabuleiros e a massa foi finalmente para o forno em forma de bolachas.
Quando o segundo tabuleiro entrou, o miúdo mais novo olhou para as mãos enfarinhadas, riu com ar matreiro e pintou a cara, camisola e chão, de branco. Gargalhada geral.
Meia hora mais tarde, bolachas douradas saíam do forno. Enjoados de tanta massa fresca, nem as provaram. Ela sabia e não se importou, isso era o que menos interessava. O mais importante eram os momentos vividos atrás. Os instantes que fazem a diferença entre co-habitar numa casa e ser uma família. A mulher olhou para eles e para a cozinha suja, e agradeceu ser capaz.
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