domingo, 14 de junho de 2009

Always look on the bright side of life

As várias malas, cadeiras e cadeirinhas, sacos e saquinhos enchiam o corredor. O meu marido e o meu filho mais velho carregaram tudo, enquanto eu distraía o bebé. A porta da rua, escancarada, não deixava ver a fechadura do lado de dentro. Perguntei:

- Posso fechar a porta?

- Siiim!

Responderam eles do lado de fora.

Liguei o alarme. Com cuidado, puxei a porta. O estalido fez-se ouvir. Dispus-me a rodar mais uma vez a chave para garantir a segurança: impossível. Retirei-a da fechadura, virei-a para o lado contrário: mais uma vez, impossível. Temendo o pior, perguntei...

- Deixaste a tua chave do lado de dentro?

Pois.
Tentámos arrombar uma das portadas. Rodámos mil vezes a chave na porta da entrada. Nada. A casa encontrava-se no seu estado de segurança mais absoluto.
O meu marido enervou-se, o Tomás tentou conter o riso, o Vicente palrou. Então, declarei:

- O melhor é irmos embora para o Algarve. Hoje não vamos resolver nada.

Assim foi. 

Ontem, quando chegámos, um senhor das Chaves do Areeiro abriu a porta com a maior das simplicidades.

O meu filho mais velho ainda se ri da aventura. E eu... confesso que também. Acho graça a estas peripécias. É como se alguém, lá em cima, andasse a testar o nosso sentido de humor.

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