quarta-feira, 25 de setembro de 2013

talvez



Talvez seja da bruma. 
Da humidade tão fina que se sente nas pontas dos dedos. 
Do odor fresco. 
Não importa o quê. 
Apenas sei que estes dias me devolvem o cheiro da terra, 
o céu gigante com todas as constelações à distância de um braço, 
a natureza fértil, feminina, 
a dádiva avassaladora. 
Nestes dias, transporto-me inevitavelmente a África. 
E sinto saudades. 
Esta é uma semente que conheci tarde mas que, apesar de tudo, 
se plantou bem firme, 
feita raíz poderosa como a de um embondeiro.
O nosso coração não tem tamanho.

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