sábado, 28 de setembro de 2013

de volta

Os lençóis são brancos. As paredes são brancas. A roupa que ela veste é branca. Existem múltiplos pormenores de cor espalhados pela casa mas a mulher sente tudo branco porque o branco para ela, é. São pés descalços na madeira fresca sem necessidade de defesa, enraizando-se. Pele nua diante de um espelho que desperta um sorriso, sem pudor. 
Hoje ela vê tudo branco e recorda em silêncio. Recorda tantas coisas escondidas, empurradas para um certo escuro de dentro. Ao fazê-lo, surgem todos os passos, todas as curvas; o trilho do caminho de volta finalmente reapareceu.

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