A cabeça girou para sítios impensáveis. As pernas rodaram e o sacro estalou como se fosse separar-se do corpo e ganhar vôo. A coluna foi mexida, remexida, ajeitada, a base do crâneo massajada, as cervicais ganhando calmantes na forma de uns dedos firmes e experientes.
Quando tudo acabou a mulher fez a pergunta:
- Afinal, o que tenho?
A osteopata sorriu e disse:
- Nada de patológico. Demasiado stress e um sacro fora de lugar. Pode fazer tudo, mas comece apenas daqui a dois dias. Comece por correr devagarinho, corra.
Afinal podia fazer tudo. Podia correr, correr para se livrar de outras corridas da vida que a punham mais torta, lhe escangalhavam a cervical, a cabeça, o humor e a sua capacidade de perder o medo. Sentindo-se mais forte, pensou nos seus ténis, estacionados no armário há muitos meses. Aquilo que nos torna mais forte está sempre ao nosso lado, só é necessário estar atentos ... ou alguém que nos vire do avesso e nos diga para correr...devagarinho, concluiu.
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