Depois de pagar e pagar, a mulher enviou correios a todos aqueles a quem por fim conseguia compensar o trabalho realizado, agradecendo a paciência e a confiança na espera. Depois de o fazer, sentiu-se bem consigo mesma, detestava dívidas, as financeiras e, acima de tudo, as morais. Pouco restava para ela mas o conforto do dever cumprido era suficiente. Um a um, todos foram respondendo, reforçando as crenças nela, demonstrando alegria não pelo acto de pagar, antes pelo alívio dela. Comoveu-se e na comoção compreendeu que cada vez eram mais pessoas diferentes aquelas que a rodeavam. Eram pessoas já pertencentes a um novo esquema do Mundo, onde as trocas são possíveis, onde é possível acreditar no ser humano. Podia ter menos dinheiro do que aquele que alguma vez tivera na vida mas que importava isso comparado com aquela enorme fortuna?
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