O homem era advogado, de aspecto conservador, o trato e a educação características de alguém que nasceu bem, com valores. Na conversa sobre a vida foi revelando pormenores engraçados, bastante sentido de humor. A nota interessante foi quando contou uma das suas rotinas. Chamou-lhe a sua Teoria dos Pequenos Prazeres Diários:
- Sabe, todas as manhãs, quando acordo, decido qual vai ser o meu pequeno prazer do dia... tanto pode ser regar o jardim como ir ao Gambrinus ao final do dia para me deliciar com um croquete, sair mais cedo do escritório e deixar o carro rolar de capota aberta pela marginal, vendo o mar, ou simplesmente dedicar-me a escrever um contrato para um cliente que me entusiasma de forma particular... Não acredita como estas coisas me ajudam a sentir-me mais vivo, a apreciar a vida e cada dia dela... mas é um facto que me ajudam muito. Eu sou agradecido, sabe? Sei também que existência tem sido grata para mim, considero-me um homem de sorte. Por isso adorava difundir a Teoria e partilhar esta ajuda com mais gente mas não sei se será falta de modéstia.
Achei que não e disse-lhe. A Teoria pareceu-me fantástica. Mais ainda, vinda de quem era, a profissão que exerce o Direito tem sempre aquela imagem.
O homem era advogado, de aspecto conservador, o trato e a educação características de alguém que nasceu bem, com valores. Mas acima de tudo era um ser muito mais humano. Um verdadeiro pontapé nos estereótipos que temos sobre as pessoas e sobre a vida em geral.
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