As notícias do país e do mundo desfilavam à minha frente na noite de ontem, enquanto falava ao telefone com uma amiga. Ela relatava o susto que apanhou com a filha de dois meses e meio na semana passada, por causa de uma farfalheira aparentemente simples que degenerou numa bronquiolite, um verdadeiro pânico para pais rookies, com as idas da praxe ao hospital e massagens toráxicas a um bebé diminuto incluídas. Nem de propósito, no meio da conversa, as imagens dos orfanatos do Haiti bateram-me de frente. A minha voz foi mudando ao perceber que muitas daquelas crianças são realmente orfãs mas outras são-no porque os pais as entregam por saberem que não têm como as alimentar; um nó grosso instalou-se na minha garganta ao escutar que em muitas daquelas instituições de improviso, a "despensa" de alimentos chega apenas para dois dias. As nossas crianças, os nossos filhos, têm deveras muita sorte e queira Deus que nunca tenham de passar por algo semelhante nem que seja em um décimo. Para além da vontade de trazer todos aqueles miúdos para os amparar no meu colo, fiquei com a pergunta incómoda gravada a ferro no meu coração: Como ráios podemos ajudar?! Se alguém souber, por favor, diga.
2 comentários:
O que me entristece ainda mais é saber que as imagens que a "janela do mundo" nos apresenta diariamente são uma gota na imensidão do que se passa com milhões de crianças no mundo! Longe e perto de todos nós há repetições de rostos esquecidos, de infâncias que se imaginam perdidas, de crianças que apenas deviam ser amadas e não tem nem comida para sobreviver. Quero acreditar num mundo melhor, quero acreditar que podemos fazer algo por esses rostos, acredito no trabalho desenvolvido por algumas instituicoes. Penso que pode ajudar a Unicef! Nao é tudo, mas é alguma coisa.
Obrigada pelo seu comentário e sugestão. Vou já investigar.
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