Quando aqui chegámos era Janeiro e as árvores do meu jardim mostravam a sua nudez, quase com vergonha. O guarda-sol, vindo da outra casa, instalou-se confortavelmente e, acompanhado da mesa e bancos de exterior, pareceu conquistar o relvado, vaidoso.
Passaram três meses. A energia da terra e das raízes brotou. Agora o verde invade profusamente o espaço em inúmeras formas e cores. Subitamente, os objectos perderam a sua arrogância, ficaram pequeninos, reduziram-se à insignificância de serem meras coisas, abafados que estão pela força da natureza.
O meu filho mais velho tem de desenhar e pintar vinte folhas de plantas, usando tonalidades diferentes de verde e castanho. Disse-lhe para ir para o jardim. Difícil vai ser escolher.
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