Vinte e sete snowballs esperam pacientemente a sua vez de serem embrulhados em papel. Os últimos livros suspiram de inveja por ainda não estarem a dormitar nas caixas. Colares, brincos e anéis encostam-se nos seus espaços já de si exíguos, sabendo que mais cedo ou mais tarde serão apertados entre celofane e papel de seda. As últimas roupas enchem-se de ar nos cabides esperando pelo dia em que serão penduradas no varão do camião. As mercearias perguntam-se quais delas irão conhecer uma nova despensa.
No meio de tudo isto, o Vicente dorme; dorme e descansa, embalado no líquido e nos movimentos do compasso do meu dia.
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