segunda-feira, 26 de agosto de 2013

relva fresca

A mulher riu. Riu até doer a pele da cara, riu até as lágrimas caírem, sem vergonha, arrastando tudo na passagem. Quando se ria assim, sabia a partida de crianças, ao cheiro da relva fresca recém-cortada, a gelado de limão com champagne, a dedos que tiram bocados de mousse de chocolate em segredo, ao riso dobrado de um bebé. Rir-se desta forma, pensou ela, era voltar de novo á sua essência, à sua verdade descontraída e virada para fora, aberta ao mundo. Numa segunda-feira e na primeira segunda-feira de trabalho depois de férias, era uma dádiva. Sorte era isto mesmo. A mulher não encontrou palavras suficientes para agradecer mas descansou; sabia que a sua gratidão não precisaria disso para ser compreendida.

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