quarta-feira, 21 de agosto de 2013

diário de bordo - o descanso de Rilke

Os livros são pessoas. Alguns deixam-me indiferente, outros enervam-me ao ponto de os deitar fora (literalmente, não sou capaz de oferecer um livro que não aprecie, seria como apresentar  alguém desprezível), e depois existem aqueles por quem me apaixono ao ponto de os guardar com mais ternura e cuidado do que os que empregaria noutro objecto, por muito valioso que fosse. Não é fácil dizer adeus a um livro destes. 
Além das histórias, dos personagens, das viagens, os livros tocam, mexem com sentimentos e lembranças, despertam dúvidas, fomentam a descoberta ou trazem sintonias maravilhosas que são autênticas comunhões de alma. Por isso são tão difíceis de abandonar. Eu acabei dois assim. E quando isto me acontece, sei que não posso de imediato entregar-me a um possível novo enamoramento, apenas há uma solução, voltar a uma antiga paixão para fazer um intervalo e ganhar fôlego. Assim será hoje. Retorno às Cartas a um jovem poeta que, espero, me farão enfrentar Rayuela de Cortázar, com tudo o que merece.

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