Quebravam os ossos do tarso e metatarso para dobrar dedos e pés para dentro. Depois, pegavam em faixas de pano e amarravam as estruturas deformadas. Graças a este hábito cultural, as mulheres da antiga China ganhavam um andar trôpego, como resultado da desproporção e das dores que deviam calar. Esta forma de se deslocarem era considerada sensual pelos homens, imagine-se.
Hoje, tudo isto nos parece uma atrocidade; mas, aos olhos do meu pai, continuamos a cometê-la e a autorizá-la de cada vez que compramos um bonsai. No meu post de ontem, dei por engano esse nome à minha árvore japonesa. O meu pai zangou-se e com toda a razão. É uma pessoa coerente e com princípios que não se alteram consoante o sujeito da acção. Há cada vez menos indivíduos assim; eu tenho a sorte que um deles seja meu pai.
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