Detesto começar pelo lado negativo das coisas mas hoje, não resisto: homens acima dos 40, famintos de uma mulher qualquer; mulheres acima dos 35 fingindo divertir-se, na realidade à procura de um homem qualquer; mulheres com ar de prostitutas (provavelmente não apenas com o ar) sentadas diante de um copo, abanando as pernas com ar de enfado; música a martelo. Esta pode ser a noite num dos bares-restaurante mais in de Lisboa. Valha-nos o local, branco imaculado, quase virgem, não fosse a frequência. Valha-nos a ideia de recriar um bar de praia, no centro da cidade com um espelho de água que se prolonga para o maravilhoso rio Tejo. Seria muito mais bonito em silêncio acompanhado pelo ruído das águas.
Antes disso o Bairro Alto: sujo, sim; cheio de meliantes encapotados, também. Mas genuíno na sua mistura de gentes: dreadlocks, gays, miudagem, adultos em amena cavaqueira, lojas alternativas de bom e menos bom gosto, reggae, ritmos latinos. Valha-nos o Bairro. Viva o Bairro. Faz-me sempre sorrir.
Ao primeiro, não volto mais. Ao Bairro Alto, sempre. Já lá vão mais de vinte anos.
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