Ela alinhavava. Cortava. Voltava a alinhavar. Cortava de novo. Escolhia outra cor, regressava ao preto, a sua cor preferida na superfície branca. As junções voavam na sua cabeça mais rápido que nas mãos. A mulher suspirava e voltava de novo. Por vezes, ficava satisfeita, noutras, as mais raras, as mais intensas, sentia os pontos longe. Quando o motivo vinha de dentro era sempre mais difícil encontrar a combinação perfeita. O sentido, a expressão, perdiam-se, odiava ser repetitiva, banal: como se preparava uma ternura imensa para ser cosida com mestria?
(A foto, maravilhosa, é do José D'Almeida e da Maria Flores.)
Sem comentários:
Enviar um comentário