A mulher olhou para o livro que tinha entre mãos e suspirou: não conseguia passar da terceira página. Não era sono o que o conteúdo lhe produzia e muito menos tédio. Era puro desconcerto, a mulher não estava habituada a não compreender o que alguém, na forma escrita, quereria dizer. Então, pela quarta vez nessa semana, sentiu uma certa forma de desespero, aquela que nos leva a tecer comentários pouco abonatórios sobre nós mesmos. Fechou o livro e negou-se a deixá-los avançar pela auto estima acima. Preferiu reconhecer que não entendia e que talvez precisasse de voltar atrás no autor para algum dia conseguir compreender. Meia hora mais tarde, alguém telefonou, dizendo simplesmente que a iria ajudar.
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