A mulher abriu a caixa e sorriu. Havia muito tempo que não sentia uma alegria daquelas, quase adolescente. Ela sabia a razão exacta de tanto contentamento. O objecto da caixa era algo que desejara muito. Não era mais uma compra que se faz por impulso (até porque dessas não fazia há muito tempo). Era algo muito querido, algo de que sabia iria tirar todo o proveito, usar até à exaustão, ao mesmo tempo reservando-a no armário com todo o cuidado. Ao pensar no que lhe custara, voltou a sorrir. E depois, agradeceu, repetindo a jura que tinha feito para si mesma poucas semanas antes de que não voltaria a querer ter nada na vida que não desejasse de coração a duzentos por cento.
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