quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Juro que Te mato

O meu pai deitou-se triste, ontem. Acredito que a minha mãe, também. Mas ele, como ele próprio diz, confessou-se hoje no seu blog. É complicado aos 80 anos ver amigos partir. No caso do meu pai, mais difícil é ver amigos ficarem por cá, perdendo as suas capacidades; sobretudo as mentais, irem definhando aos poucos sem consciência dos disparates, dos actos sem controle, quiçá com a inconsciência a bradar aos céus para os levar o mais depressa possível pela clarividência intuitiva de que não se está bem.
O meu pai é um ser anormalmente inteligente, dotado de um pensamento lúcido, de uma opinião certeira e não raras vezes inovadora. O meu pai é a prova de que a idade não afecta a inteligência; por isso o assusta tanto ver nos outros a perda da mesma porque sei que se pergunta sem nos dizer "e se eu um dia acabo assim?".
Odeio ver os meus pais tristes. Juro por Deus, meu Deus, que Te mato se alguma vez lhes pregas uma partida de mau gosto como esta. Mas sei que não vais fazer isso. Por isso só me apetece dizer palavrões daqueles que uma senhora não diz. Ás vezes é preciso. Para enxotar o Demo (que se se trocar a ordem das letras é meDo) daqui para fora.

1 comentário:

Anónimo disse...

É uma filha que o diz,não se esaueçam.