Cada dia da semana tinha sido um esforço. Começava pelas contas: tira daqui, põe acolá, paga uma despesa, meu Deus como vou liquidar esta outra. Continuava com a sementeira: telefona a este cliente, marca reunião com o da semana passada que não atendeu, alegra-te com o concurso que ganhaste que não vai dar em nada mas-sempre-é-um-pé-lá-dentro. Acabava com as idas para casa, os beijos aos filhos, o aconchego de alguém mais querido. Quando chegou a sexta-feira, decidiu que não iria fazer mais nada. Tinha direito. Não conseguiu: respondeu a dúvidas da contabilidade, fez listas de objectivos para a semana seguinte porque era preciso. Ao final do dia, já não podia mais. "Quero uma banheira linda, um banho quente, mimos perfumados na pele, o clichée absoluto de esticar-me no sofá enrolada numa manta, ouvir o bebé a dormir, sereno, num quarto mais à frente, emocionar-me com um filme qualquer daqueles românticos que espero que um dos canais escolha para mim esta noite. Hoje, não tenho espaço para quaisquer outras ambições."
1 comentário:
SÃO ESSAS COISAS LINDAS QUE EU PRECISO DE CONTAR-ME ALMENQU
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