domingo, 15 de novembro de 2009

Flashback I -Um sábado como outro qualquer

Era sábado. Era manhã, não excessivamente cedo. Saí para comprar pão, leite e o jornal. Nada mais trivial mas o certo era que não o fazia há que tempos. Adoro estas saídas de bairro no Outono, com o céu a querer meter medo e os miúdos em casa, em roupa de dormir, a despedir-se de mim, dizendo "quando voltares, pões outra vez o pijama, sim, mãe?".
Fui. Quando voltei, a casa cheirava a café, a mesa da cozinha tinha sido posta pelo mais velho, o bebé ouvia de olhos muito abertos uma melodia de mil anos cantada por Ella Fitzgerald. Tirei as coisas dos sacos, dispusemo-las de forma apetitosa sobre a mesa e tomámos o pequeno almoço, entre graças, risos, pequenas birras e a leitura do "i". Que bom, meu Deus, que sábado mais normal, mas que bom. Tive tempo e vagar (como diria o meu pai) para ler o jornal de uma ponta à outra, um verdadeiro luxo. Nesse processo, pude tomar nota de (mais) livros que quero comprar, irritei-me por já ter perdido três Pessoas grátis às sextas naquele mesmo jornal, e, entre outros, fiquei com um artigo na memória que me vai custar mais uma encomenda à maravilhosa Amazon. O título é "Freud não explicou. Afinal o cérebro dos bebés não é uma folha em branco. - Uma antologia de estudos científicos revela que os bebés até têm noções básicas de física e de matemática". (Quem gostar destas coisas como eu pode ir a www.ionline.pt. O artigo ainda está disponível para consulta.)
O domingo acordou feio e chuvoso. A realidade é que não me importa; tive um fim de semana cheio de prazeres simples a cada minuto. São esses os que dão que contar verdadeiramente na vida.

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