A máquina maravilhosa estava a arranjar há meses. Por isso, a ânsia do miúdo era grande em recuperar um dos seus grandes prazeres, para além da leitura e dos desenhos diminutos que retratam cenários impressionantes e complexos de história.
Ao chegar a casa do colégio, vibrou de alegria: o computador tinha regressado. Ao lado dele, estava uma caixa com uma placa de hardware. Pensou: tenho de a montar, não aguento a espera. O miúdo nunca se tinha atrevido a desmontar o computador. Era por demais precioso. Mas hoje, decidiu atrever-se, provar a todos que era capaz. Perdeu uma hora entre parafusos, fios, fichas e chips. E depois, ligou a máquina. Satisfeito, deu gritos de alegria, pensando que, agora sim, estaria tudo bem.
Afinal não estava. Ele tinha cometido o erro de retirar a placa certa por não saber que a caixa de cartão afinal apenas estava lá para conservar a antiga. Tentou repô-la, sem sucesso: o computador tinha perdido de novo a sua vitalidade. Então, chorou de desgosto e frustração.
Ao deitar, perguntou:
- Mãe, achas mesmo que vai ser um problema simples de resolver?
- Não sei, espero que sim. Mas sei que pelo menos fizeste uma coisa que nunca te tinhas atrevido a fazer antes. Isso é muito bom.
Não fui capaz de me zangar com ele ou de o recriminar. Pareceu-me mais importante valorizar o esforço. Vida de mãe tem destas coisas.
2 comentários:
É por seres assim que és uma Mãe com um M muito grande!!!
És mãe,com M,Pessoa com P,artista com A e filha com um C muito grande.Para a censura:este é um comentário muito moderado !Dum Alberto
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