segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Agora não se queixem

Quatro confirmações, uma surpresa e uma desgraça marcaram a noite de ontem. 
Que o Sócrates ia ganhar, já se previa. Que a Manuela Ferreira Leite não tinha carisma nem garra para fazer acreditar na mudança, era óbvio. Que o Francisco Louçã ia ter mais votos, um facto. Que a CDU (independentemente do líder) iria afirmar que ganhou (vencem eleições há mais de 30 anos...) também. A única surpresa da noite foi a subida do CDS, graças a uma campanha clara e consistente que com certeza deu alguma esperança a quem se sentia perdido na chamada "direita" (são cada vez mais ridículas estas distinções).
Superior a tudo isto foi a abstenção. Não se fala praticamente do assunto e espanto-me: quase 40% de abstenção não é tema??? Na minha óptica, é, e devia ser tratada com dureza. Alguém devia dizer a todas estas pessoas que não votaram, a vergonha que é. A irresponsabilidade que é. A total ausência de respeito por si e pelo país (que somos todos, não é uma entidade externa a nós, etérea e inalcançável) que representa. Volto a dizer: acho que estas pessoas deviam ter vergonha na cara. Num momento destes, na situação em que o país atravessa, e com a facilidade que 100% da população que pode votar tem para se queixar, é muita falta de civismo. Só espero é que agora comprem um fecho éclair imaginário e o cosam na boca de cada vez que se irritarem com impostos, falta de segurança ou o desemprego lhes chegar às mãos. É que ao não votarem nas mais importantes eleições nacionais, perderam isso mesmo, não têm mais voto na matéria. Até quando vão achar os portugueses que é no queixume de café que se decide o futuro de um país que, por acaso, também é o nosso? Desta vez, meus caros 40%, não há mais ninguém a quem atribuir as culpas. Desta vez, se a mudança não se fez ou, se pelo menos as posições não se extremaram, a enorme responsabilidade é em cerca de 40% de alguém: Vossa.

1 comentário:

MARIA disse...

Concordo com cada palavra que escreveste... assertiva como sempre! Beijo