Quando era miúda, os meus melhores amigos eram rapazes. Acho que eu era demasiado inocente e as raparigas, - salvo honrosas excepções, salvé querida Quicas! - com as hormonas muito em alta e bem mais descaradas que eu, passavam-me a perna muitas vezes. Se hoje não suporto deslealdades e as resolvo com a mais absoluta das indiferenças, na altura magoavam-me a um ponto difícil de suportar. Exageros de adolescente. Mas o certo era que os meus melhores amigos eram rapazes, homenzinhos fantásticos que não davam o dito por não dito, não me traíam por causa do gajo mais giro do Verão, e ainda me faziam rir, me acompanhavam a casa às tantas e tal da noite (sublimes cavalheiros). Com eles partilhei muitas coisas importantes que hoje estão de pedra e cal na memória construindo um património de carinho muito especial e comovente. Confesso que não estou com eles todos os dias e com alguns passaram mesmo alguns anos, mas tudo o que importa está cá.
Este texto nasce por causa de uma fotografia muito querida que um deles teve a felicidade de colocar no wall do seu facebook. Por causa dela muitas outras lembranças dispararam no coração. Por isso, queridos amigos, agora aguentem-se porque não consigo resistir a vos dizer isto: obrigada António, João, Francisco, Pedro, Rui, Diogo, Alexandre, Raul, Zé Paulo e todos aqueles de que não me lembre agora. A minha adolescência não teria sido igual sem os vossos disparates, as nossas noitadas, os nossos dias infindáveis de praia, as nossas conversas mais ou menos sérias.
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