quarta-feira, 31 de julho de 2013

concretizar

A mulher não deu pelo tempo, como não o sentia numa boa conversa. Mas era trabalho o que a fazia esquecer os segundos, os minutos e as horas, e ela gostava de trabalhar, sobretudo quando lhe punham no colo o que nunca tinha feito e que alguém achava que ela seria capaz de realizar. Eram os momentos da vida das dores de barriga suficientes como para se agitar a si mesma e desafiar-se, nada melhor. Este era o caso, hoje. Um conceito para uma exposição que tinha feito nascer e que principiava a tomar formas concretas. A mulher, visualizando tudo, como já era sua prática, imaginou a montagem, as reuniões com os artistas, o assistir da abertura por detrás de uma porta. Ela sempre gostara dos bastidores, da preparação, pôr as mãos na massa e fazer uma ideia crescer. Era lindo. Era concretizar. Afinal, as ideias não servem da nada se não lhes deitarmos a mão.

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