quarta-feira, 24 de julho de 2013

self

Começo cansada, sem vontade. Depois ando, ando depressa, acreditando naquilo que deito fora no suor. Corro até sentir que quase vomito as entranhas. Volto a caminhar. Depressa. O foco cada vez mais nas árvores, no caminho. Volto à corrida, os pulmões meio queixosos, meio agradecidos. A cabeça queixa-se, quer falar, quer enervar-me com as questões do costume. Não deixo. Ando, de novo. Corro, de novo. Repito o esquema até à exaustão até domesticar o pensamento. Com isso, fujo dos papéis da vida. Largo as capas, as hesitações, as censuras, as obrigações, o 'dever' e 'haver', os clientes, o jantar de hoje, a inscrição no colégio, os processos complicados, os impostos, a rotina, aquilo que se pode, deve ou não dizer... e finalmente fico. Fico comigo mesma. 
São estes bocadinhos de dia que me fazem melhor pessoa no que resta das horas.

4 comentários:

Anónimo disse...

Aonde é que eu já senti isto... Óptima escrita,bela reflexão... Bjs, Filipe B.C.

Hacker maker (Vicente) disse...

Obrigada, Filipe, velho amigo ; )

Anónimo disse...

Que bom é ser chamado velho amigo :-). Vindo de ti é um grande elogio. E sim, sou mesmo!

Hacker maker (Vicente) disse...

Pois és.