terça-feira, 24 de janeiro de 2012

o melhor que se pode


No relógio, as horas passavam como se fossem segundos e no calendário os dias sucediam-se como se empurrados por uma nova velocidade. A mulher levou as mãos à cabeça e riu. Riu-se de si própria, riu-se das coisas comezinhas que por vezes lhe empatavam a existência, riu-se da sua vida, riu- se do seu cansaço, riu-se um pouco menos das preocupações, mas riu. Afinal, tudo é efémero, tudo passa, demore esse tudo mais ou menos tempo. A consolação da beleza servia como bom motivo: as rugas do riso são sempre mais bonitas de se ver e de serem contadas do que as da amargura ou da tristeza. Restava-lhe então ter paciência e ter a única certeza possível neste mundo: a de fazer sempre o melhor que podia, em cada ocasião.

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