quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

esfolar, esticar até mais não poder

Hoje, às seis da tarde, começo uma Oficina de Escrita com a Patrícia Reis. Não é a primeira vez com ela, nem a minha estreia em cursos deste género. Ontem alguém me perguntava por que o faço se (na opinião dessa pessoa) sei escrever. Respondi que era pelo desafio, pelo exercício de humildade de me pôr à prova, de absorver ensinamentos de quem o faz com mais frequência do que eu, alguém capaz de descascar e chegar à sistematização das formas, algo que eu ainda não sei fazer (e nem tenho a certeza que queira ou consiga, envolvo-me em demasia com as histórias). É como voltar à primeira classe, exactamente a mesma sensação. Aos seis anos, eu já sabia escrever, orgulhava-me inclusivamente da minha escrita sem erros, mas vivia com a angústia de odiar o exercício da cópia de textos,  desejava saber como juntar as palavras para construir uma história. Essa angústia cresceu comigo, vive comigo, por isso preciso que me estiquem, me esfolem e me desafiem para que eu própria assista ao processo de saber se um dia serei aquilo que desejo: uma verdadeira contadora de histórias por escrito. 

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