Na consulta de rotina, a médica olhou para ela e perguntou, pela enésima vez naqueles três anos
- Mercedes, que idade tem? Nunca me lembro... sessenta e quantos...?
A senhora sorriu e disse no sotaque castelhano
- Doutora Margarida, que disparate... são setenta e nove.
A médica louvou-lhe mais uma vez a beleza e a vitalidade, tirou-lhe os medos dizendo que os seus pulmão e meio estavam perfeitamente bem e valiam por dois.
A senhora é a minha mãe. A mais linda de todas. A mais corajosa de todas. E de cada vez que ela sai, contente, destas consultas de incógnita e angústia, fico tão aliviada que até me dá vontade de chorar. De alegria, claro.
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