terça-feira, 14 de maio de 2013

run, Lola, run

Era a primeira vez em muitos dias, em muitos meses, que não sentia dor alguma. Analítica, a mulher recuou no tempo, considerou todos os detalhes e compreendeu o único factor que matematicamente fazia a diferença, como uma variável: começara a andar todos os dias, a andar depressa, ginasticando o corpo, obrigando-o a renovar o ar, relaxar e distender-se, sair da preguiça rança, adoentada, invernosa. Andar com o objectivo de não chegar a outro lado que não o seu bem-estar. Eram cinco, os quilómetros que calcorreava todos os dias, desde a semana anterior e hoje, o pescoço e as costas agradeciam o seu objectivo egoísta, puramente pessoal.
Viu uma foto de alguém a correr e pensou que seria bom poder chegar lá. Quem sabe. Run, Lola, run.

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