quarta-feira, 28 de novembro de 2012

o fio da indecência

A mulher desligou o telefone e pensou que no sistema de valores dela, na coluna vertebral dela, criada e sustentada pelas crenças dos pais, havia assuntos que não se resolviam por esse meio, que a decência e a coragem concorreriam para que fossem ditos cara-a-cara, com frontalidade e não a coberto de um fio telefónico.
A mulher teve um momento de compaixão por si própria; mas dez minutos depois, desejou boa sorte ao desalmado e devagarinho procurou dizer adeus de maneira a orientar a sua atenção para a frente. Afinal, não havia outro caminho.

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