Acordou. Pela fresta da porta do quarto viu a luz da escada. O miúdo acordara? Já? Sem ela servindo de despertador? Levantou-se e espreitou. O rapaz, vestido, deu-lhe os bons dias, desperto. Ficou contente e ao mesmo tempo meio tristonha, devia reconhecer. Todos os dias via o crescimento dos filhos. Ela sabia onde este conduziria. Era o sentido das frases que escrevera Saramago: os filhos não são nossos, nunca o serão, faz parte da nossa educação saber deixá-los partir. Mas não era por isso que não doía nem que fosse só um bocadinho massacrado pelo orgulho e razão.
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