A música comove-me. Comove-me a um ponto sem controlo, diria. A comoção pode chegar a várias cores, mas desenvolve sempre um pequeno nó na garganta que invariavelmente me faz derramar lágrimas, mesmo se danço, mesmo se apenas as soltar por dentro. É a admiração por quem sabe criar algo tão profundo, por quem tem ouvidos suficientemente sensíveis como para servirem de veículo para algo superior que segreda frases musicais em forma de sons ou de palavras.
Os meus filhos sabem que choro sempre que cantam ou tocam música. O mais velho chega a ter vergonha, o mais pequeno ainda se ri. Mas é demasiado forte. São muitas obras perfeitas a juntarem-se numa só voz.
Um médico homeopata um dia explicou que essa é uma das características do meu tipo físico, esta forma violenta como a música me toca. Será? Alguma vez terei cura? Espero que não.
1 comentário:
E eu deixei de cantar...mas vou voltar! Rouco
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