quinta-feira, 13 de outubro de 2011

confortar o mundo

Teve vontade de bater no mundo: o miúdo tinha sido assaltado no caminho para casa, primeiro roubo a solo numa rua vazia. A voz ouvia-se sumida do lado de lá, entre o medo ainda recente e a pena da perda de alguns objectos queridos dos adolescentes destes tempos. Mas não tinham levado tudo: um casal de pessoas de idade compreendera a cena à distância e aproximara-se para tentar ajudar. Teve então vontade de se reconciliar com uma parte do mundo. Enviou os únicos mails realmente imprescindíveis, arrumou a secretária e seguiu veloz para casa para confortar o que restava do mundo daquele dia do seu filho mais velho.

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