Hoje ajudei uma pessoa que mal conheço a encontrar uma empregada e vi na cara dela uma expressão conhecida. Fascina-me sempre a surpresa das pessoas quando recebem uma ajuda inesperada de alguém que não lhes é muito próximo. É uma surpresa que não raramente vem misturada com uma certa sensação de desconfiança que tentam disfarçar mas que cala lá no fundo como se imaginassem sempre que por detrás da ajuda virá, mais cedo ou mais tarde, o pedido de resposta, o retorno, a cobrança, a retribuição. Nem sempre tem de ser assim. Eu, gosto de ajudar. Não custa nada e não há melhor retribuição que a de ter a sensação de que fizemos alguma coisa por alguém, algum dia, por pequena que seja.
Tenho uma amiga que me diz de forma gentil que eu sou generosa; diz-me isto em forma de aviso-suave porque sabe que se o dissesse de forma negativa eu jamais o aceitaria, que bastava colocar um demasiado antes do adjectivo para eu fechar a minha atenção aos seus conselhos. Agradeço-lhe vezes sem conta pelo cuidado e protecção, mas sei que não vou mudar; neste ponto, não sou capaz. É bom, sabe-me bem. Quem sabe, talvez seja uma forma de egoísmo.
1 comentário:
No fundo não é mais que contribuir para um ponto de eficiência de Paretto. Nenhum indivíduo fica pior, mas existe um que fica melhor. E o Mundo fica... mais bom...
Há algum mal nisso?
Ricardo
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