Faço colecção de cadernos e lápis desde pequena e fico sempre com uma espécie de nostalgia quando escrevo nas últimas folhas de um. Fechar um caderno para sempre é como fechar um ciclo da minha vida. Depois vem o entusiasmo de escolher um novo, de respeitar a primeira folha para que não se magoe com o aparo de uma caneta ou o bico de um lápis. A seguir, a vida corre no papel novo, real ou inventada, mais ou menos chata, com os momentos de entusiasmo guardados no dobrar do canto da folha. A vida corre, corre sempre, até voltar a ficar estacionada numa prateleira porque é demasiado bonita para alguma vez se deitar fora.
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