Depois do almoço a mulher pensou como era bom poder privar com pessoas que acreditavam. Acreditavam na vida, acreditavam no seu coração ao ponto de respeitar o que lhes dizia como norte do seu caminho, acreditavam nos seus sonhos ao ponto de os tornar realidade. Talvez isso lhes desse alguns dissabores mas a realidade era que, feitas as contas de uma existência, os ganhos eram mais que as perdas, a visão diária no espelho podia apresentar mais rugas mas era vertical, honesta, verdadeira.
A mulher tinha almoçado com alguém assim. Ela sabia que a mesma semente morava dentro dela e sempre tinha sido aquela que fizera os momentos mais felizes da sua vida. Com um sorriso, pensou sobre si mesma 'onde tens andado?'. E então, acreditou ainda mais na sua forma tresloucada de ser optimista. A velha bolha de sempre, a anti-chatices e anti-merdas comezinhas, a das grandes viragens na sua vida, suspirou de alívio e, devagarinho, com gentileza, começou a formar-se em torno dela.
Sem comentários:
Enviar um comentário