terça-feira, 21 de agosto de 2012

o todo e a parte

O meu pior defeito é a impaciência, disse a mulher, pendurada ao telefone. A internet emudecera. Era daquelas situações que a punham fora de si, a faziam sentir-se pouco inteligente, perdendo horas e mais horas em chamadas com interlocutores de voz simpática e condescendente que faziam perguntas estrambóticas para ela sobre cabos de rede, painel de comandos ou a que windows está ligada, quando na verdade ela preferia usar os equipamentos da maçã, mais lindos que todos os outros, mais fáceis de usar que todos os outros, mas, numa situação de avaria (igual a pânico), tão complicados como todos os outros. Depois de uma hora literalmente pregada ao auscultador, a questão resolveu-se da maneira mais estúpida do mundo, o verdadeiro cliché de sempre da informática: desliga tudo e torna a ligar. Se ela já o tinha feito? Sim, sem resultado. Mas a diferença era o tudo. Ela, a analfabeta das ligações desligara apenas uma parte. Não há mesmo paciência, pensou.

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