A jovem mulher saiu do Taxi. Um bebé de poucos meses ao colo, a cara cansada de quem descansa demasiado pouco há muito tempo. O automóvel arrancou. Ela olhou para a mala e angustiada, correu atrás gesticulando. O Taxi continuou o seu caminho, parando cem metros mais adiante por causa do trânsito.
Do vidro grande do meu carro vi o cansaço redobrado, o desalento, e não resisti a parar.
- Precisa de ajuda?
- O taxista arrancou levando a minha carteira do dinheiro...
- Quer que a leve e conseguimos apanhá-lo?
Uma certa desconfiança surgiu no olhar dela.
- Não, não, deixe estar, tenho aqui o número... e a minha bebé já está muito atrasada para a creche.
- Tem a certeza? Não me custa nada e o Taxi está mesmo ali.
- Não, não, deixe estar, eu ligo.
As pessoas não estão habituadas a terem ajuda por nada. É triste mas é assim. Era bom que mudasse. Mas enquanto não muda, eu vou continuar a fazê-lo porque pelo menos eu, sinto-me bem.
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