segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
clear sky
Quando o céu se desanuvia, tudo é perfeito mesmo se nada acontece quando queremos. Bom fim de semana.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
freddy freloader
"Faltam apenas cinco minutos. Estou super nervoso".
O sms rezava assim, enquanto a mulher e o homem aguardavam ansiosos na plateia cheia de gente. Era a primeira audição do miúdo, três meses depois de ter começado a sua aprendizagem de instrumento. Cinco grupos de estudantes depois, o filho entrou, acompanhado pela banda. Parecia mais alto em palco, pensou ela. O baterista marcou o início e o saxofone tenor do miúdo fez ouvir Miles Davis. A frase, depois o improviso. Eles, de câmara em punho, comoveram-se, usando a desculpa da câmara para evitar olhar o outro, evitando também mais emoção. O improviso acabou e o rapaz atacou novamente a frase, fechando a versão resumida de Freddy Freloader. O público aplaudiu, a mãe secou os olhos, o pai, acredito que também. O miúdo abandonou o palco no seu jeito tímido e sério. Contudo, um sopro breve de orgulho espreitou na postura dele. Só por isso, nem que fosse só por isso, valera a pena, pensaram homem e mulher.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
terra nova
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
pelo menos em paz
Precisava de mudar o cenário. Era urgente, pensou. A mulher arrastou-se então para o ginásio, passou primeiro pelo balneário. Não lhe apetecia os olhares, a avaliação cruel e fria dos olhos femininos que tudo julgam, avaliam e comparam, sobretudo na presença da nudez das outras. No entanto, sentia-se protegida; fechou-se numa bolha imaginária, visualizou-se invulnerável. Entrou na aula com esforço, cumprimentou com esforço, escolheu o seu lugar com esforço. O professor entrou e com o seu jeito amável saudou o seu regresso. A bolha rebentou e a mulher entregou-se então ao seu corpo, despejou a saudade dos gestos conhecidos e dos movimentos há muito não praticados. Quando saiu, compreendeu como estava mais direita e, sem se iludir, percebeu que, se não estava mais alegre, pelo menos, estava em paz.
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
24.01
Dizem que saiu hoje uma notícia num jornal que diz que o dia 24 de Janeiro foi considerado num estudo americano como o pior dia de trabalho do ano. Irra, não posso concordar mais. Até amanhã.
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
gustavo dudamel
Gustavo Dudamel dirige hoje e amanhã a Orquestra Filarmónica de Los Angeles na Gulbenkian. Se puderem, façam tudo para lá estar. E, se não acreditam que vale a pena, espreitem aqui em cima e ficarão com tanta ou mais pena de não poder estar quanto eu.
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
terça-feira, 18 de janeiro de 2011
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
mais nada
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
a nota boa
Tenho os meus mais queridos de cama com dores de barriga e más disposições. A nota boa? Estarem sossegados no quentinho de casa num dia gelado como este.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
ajuda por nada
A jovem mulher saiu do Taxi. Um bebé de poucos meses ao colo, a cara cansada de quem descansa demasiado pouco há muito tempo. O automóvel arrancou. Ela olhou para a mala e angustiada, correu atrás gesticulando. O Taxi continuou o seu caminho, parando cem metros mais adiante por causa do trânsito.
Do vidro grande do meu carro vi o cansaço redobrado, o desalento, e não resisti a parar.
- Precisa de ajuda?
- O taxista arrancou levando a minha carteira do dinheiro...
- Quer que a leve e conseguimos apanhá-lo?
Uma certa desconfiança surgiu no olhar dela.
- Não, não, deixe estar, tenho aqui o número... e a minha bebé já está muito atrasada para a creche.
- Tem a certeza? Não me custa nada e o Taxi está mesmo ali.
- Não, não, deixe estar, eu ligo.
As pessoas não estão habituadas a terem ajuda por nada. É triste mas é assim. Era bom que mudasse. Mas enquanto não muda, eu vou continuar a fazê-lo porque pelo menos eu, sinto-me bem.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
speechless
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
agradecer às dores
Tudo começara na semana anterior com uma dor de costas e muitas agonias. A dor de costas levou a mulher ao médico, um médico sábio daqueles que sabem para além do físico. O médico apontou razões, fez diagnósticos, mimou a paciente como há muito não era mimada, usando apenas a atenção. A mulher saiu do consultório com uma lista de procedimentos e medicamentos naturais e entregou-se com confiança aos mesmos durante o fim de semana. A pouco e pouco, a dor nas costas foi desaparecendo, as agonias foram cedendo e a mulher foi-se sentindo mais forte, mais confiante. A segunda-feira chegou e ela compreendeu que uma revolução tinha passado por ela deixando marcas positivas. Então, agradeceu às dores e às agonias. Sem elas nada teria acontecido.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
momentos mágicos
Descascar uma romã, escolher 3 bagos, trincar cada um e dizer:
Gaspar, Melchior e Baltazar, valei-me desta semente para ter e para dar.
Colocam-se os três bagos numa nota de qualquer valor, dobra-se o mais possível e guarda-se na carteira. No ano seguinte repete-se.
O dinheiro não faltará.
(Eu que sou meia-espanhola, desconhecia esta tradição. Vou passar a praticá-la. Há coisas que valem pelo simbolismo, por representarem mais uma maneira de juntar as famílias nos momentos mágicos que fazem a beleza da vida. Obrigada Patrícia.)
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
soluços, arrepios e chicotes
Tenho um livro que começou por um soluço num guardanapo de mesa de café, uma história com raízes africanas que espera por uma viagem a Moçambique para ser acabado há mais de sete anos. Tenho outro na cabeça que nasceu de um arrepio com uma reprodução de um quadro já lá vão mais de doze meses. Tenho um terceiro estacionado na cabeça por causa deste chicote gigante que tenho cá dentro e que me faz desprezá-lo por o achar um clichée.
Chamam todos por mim aos gritos. E eu continuo a agarrar-me ás desventuras do tempo para não enfrentar o branco da folha. Talvez seja por ainda não ter feito a minha lista de objectivos. Ou, quem sabe, esta é mais uma desculpa.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
a esperança dos números primos
Gosto de números ímpares. Quando são primos - divisíveis apenas por si próprios ou por um - ainda mais.
Talvez porque me dão a sensação de serem únicos ou apenas porque são os pares mais um.
Por isso deposito esperança neste onze que acompanha o novo século.
Venha ele, estou cheia de vontade de o agarrar.
feliz 2011
A Patrícia Reis escreveu ontem no seu blog
Eu acredito
Tu acreditas
Ele acredita
Nós acreditamos
Vós acreditais
Eles acreditam
Subscrevo e assino de cruz. Só me falta fazer a lista de tudo aquilo em que vou aplicar o verbo este ano. Porque Acreditar é Fazer Acontecer.
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