sexta-feira, 7 de junho de 2013

gente pequenina

O miúdo acorda às sete e quinze. Às oito está a caminho do colégio. Entra às oito e trinta, aprende até às dezasseis, com almoço, sesta e lanches pelo meio. Às dezasseis e quinze retorna a casa, brinca até às dezanove e trinta, toma banho e janta. Às vinte e uma horas ouve uma história e cai em sono profundo. É assim desde Setembro, cinco dias por semana. E eu ainda comento por que é que ele anda irritadiço. Chama-se estar farto, mesmo na linguagem dos quatro anos. Farto da rotina, farto das aulas, ansioso pela fase do fazer-o-que-apetece a que vulgarmente se dá o nome de férias. Eu sei que é a vida, que será cada vez mais duro e também mais enriquecedor daqui para a frente. Mas muitas vezes pergunto-me se não obrigamos esta gente pequenina a ser gente grande desde demasiado cedo.

2 comentários:

Filipe Lourenço disse...

Acrescento. E que género de "gente grande" estamos nós a criar? Pessoas aptas para o "the fast and the furious" a que os tempos modernos obrigam?
Mas o plano não era necessariamente este pois não?

Hacker maker (Vicente) disse...

Concordo, querido Filipe.
Mas sabes qual é a esperança? É que este miúdos não vão querer, não vão sequer deixar que o 'fast and furious' os agarre. Aquilo com que nascem hoje em dia nos genes, na energia ou no whatever, e que não é necessariamente nosso (dos pais) já os faz querer ser diferentes. Eu vejo isso no Tomás, agora com 16 anos; e tenho a certeza de que o verei com mais veemência no Vicente, quando tiver a mesma idade.

Um beijo e obrigada pelo comentário.
Alex